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sexta-feira, 23 de julho de 2010

supostamente namoradinha do Brasil

(inspirada, naturalmente pela música, vim aqui, postar um pouco D:)


Acho que nasci em uma época errada.
Acho que estou na época errada, mesmo estando na certa.
Por que não reconheço, ou me identifico com a época que vivo.
Talvez seja só um sonho, e eu seja a ultima da geração do brilho romântico.
A ultima, supostamente, a namoradinha do Brasil.
Aquela que ninguém conhece.
Por que na minha época, garotas de 14 anos não tinham namorados.
E nem perdiam a inocência assim tão rápido.
Na minha época se mandava cartas para programas de televisão
Onde eu deveria viver, na época em que eu deveria ter nascido
Crianças respeitavam os pais
E não saiam cantando Funk por ai
Não falavam palavrão
E nem pensavam em namorar,
Garotas tinham sonhos, e achavam errado ficar só por ficar
Faziam charme, e nunca beijavam qualquer um
As mulheres tinham independência, e ainda sim eram mulheres
Sorridentes, honestas, felizes, lutadoras e bem resolvidas.
Com qual seja sua profissão.
Na minha época, ser dona de casa, não era uma vergonha
Como ser dona de uma empresa internacional, também não
Na minha época, os jovens tinham um objetivo na vida, queriam mudar o mundo, e a situação do país.
Garotas como eu, assistem filmes em preto e branco,
Choram vendo filmes da Disney
E não precisam ter um milhão de amigas
Não precisam ter um namorado
E não precisam estar sozinhas para sentir a solidão.
Garotas que nasceram nessa época sabem o quanto é bom sorrir com sinceridade.
E ficar em casa assistindo a sessão da tarde.
Garotas como essas tem consciência.
Por que na minha época, com menos de 17 anos não se saia por ai para festas com mini-vestidos
E garotas novas não bebiam, não sabiam o que era ressaca, e não falavam jamais a palavra sexo.
Mas garotas que nasceram nessa época vivem tristes.
Escrevendo histórias, inventando mentiras para satisfazer sua vida, escutam músicas e choram pelo que jamais iram sentir, por histórias que jamais contaram, por coisas que nunca viveram, por amores que nunca terão, choram até pelas loucuras que jamais iram
cometer, pelo arrependimento que jamais iriam ter.
Garotas que nunca sabem o inicio ou o fim
Que vivem imersas em uma infância de festim
São as crianças menos infantis.
Supostamente, as namoradinhas do Brasil
Na minha época, entre o remédio e o veneno, a diferença é somente a dose.

2 comentários:

  1. Permita-me compartilhar contigo um artigo/desabafo que escrevi com a mesma essência, em junho passado, em meu blog, cujo link é:
    http://condedegranada.blogspot.com/2010/06/cavaleiro-cavalheiro-minhas-divagacoes.html

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